Gente, de vez em quando bate uma vontade de reler os livros que marcaram minha vida no passado. E um destes livros se chama justamente Shogun de James Clavell. Para quem curte história japonesa medieval, os dois tomos de Shogun são um prato cheio. É impossível não sofrer com o Anjin-san (o piloto Blackthorne) que chega num Japão de meados de 1600 e não conhece nada da cultura nipônica. Enquanto passeamos pelas páginas da bela literatura de James Clavell, podemos ver a gritante diferença cultural entre os europeus e os japoneses, principalmente na questão do asseio pessoal. A gente sabe que os europeus medievais não eram bem chegados em banho.
No livro, também podemos ver as artimanhas dos jesuítas para "cristianizar" os japoneses. De fato, alguns Dáimios (senhores feudais) são cristãos. O que me impressiona na história, é que mesmo alguns japoneses sendo cristãos devotos, se tivessem que escolher entre lealdade aos seus suseranos e a Igreja, eles evidentemente ficariam à favor de seus suseranos.
James Clavell
Deixando as questões teológicas da época de lado, o que importa é que o livro tem uma narrativa empolgante que nos prende do começo ao fim. Principalmente quando descreve a vida cotidiana da sociedade japonesa medieval. Outra coisa interessante de frisar, é o amor impossível entre Mariko e Blackthorne. Evidentemente coloca os dois personagens na intimidade do leito, mesmo sob o risco dos dois serem pegos. Isto dá até que um sabor picante para a história.
Blackthorne e Mariko
É realmente um livro indicado para quem gosta de literatura épica, do tipo capa-e-espada, não estas molezas de fácil digestão da onda de "Vampirismo" e as saladas diversas de "Auto ajuda". Eu sei que gosto não se discute, mas hoje a literatura de água e açúcar do Vampirismo está ainda na moda (com exceção de André Vianco que considero um gênio, e sou fã dele de carteirinha).
Richard Chamberlain como Anjin-san
Para quem curte filmes baseados em livros há também a opção da série televisiva com o mesmo nome do livro, com Richard Chamberlain fazendo o papel do piloto inglês Blackthorne. Pelo o que eu vi a série de 1980 é bem fiel à obra de James Clavell e vale a pena conferir.
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